"A Segurança Pública de Dentro pra Fora” aborda os gargalos das polícias investigativas brasileiras
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- Katy Fabruzzi
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Os policiais federais já conhecem o profissionalismo e a dedicação do escrivão de Polícia Federal, Marco Antonio SCANDIUZZI, principalmente suas análises precisas e técnicas no tocante à Segurança Pública brasileira. Scan, como é conhecido, lançará nos dias 22 de novembro (em Santos) e 28 (no Congresso dos Policiais Federais em Curitiba – Conapef ) o livro “ A Segurança Pública de Dentro pra Fora”, que segundo ele, “traz uma abordagem acessível ao leitor que não é operador da segurança pública acerca dos gargalos das polícias investigativas brasileiras , quais sejam, o ciclo incompleto de Polícia, a possibilidade de ingresso como chefe e a burocracia excessiva no procedimento de investigação”.
Essa é a terceira obra de Scan que também será palestrante no Conapef. O SINDPOLF/SP conversou com o escrivão sobre suas perspectivas em relação ao novo livro. Veja a seguir:
SINDPOLF/SP- Scan, esse é o seu terceiro livro. Há algum paralelo entre as três obras, algo em comum ou são linguagens diferentes?
SCANDIUZZI: O primeiro foi ‘Clandestino’, uma ficção envolvendo os clandestinos que chegavam a bordo de navios no Porto de Santos. O segundo ‘Eu, Escriba’ fiz com base em histórias acumuladas durante a vida policial. O atual tem histórias policiais para ilustrar os gargalos das polícias investigativas brasileiras. Há sim uma relação entre eles pois todos têm como base vivências práticas no meio policial.
SINDPOLF/SP: Esse livro trará algum tipo de reflexão para a sociedade sobre o ciclo completo?
SCANDIUZZI: Esse é o intuito. Não se trata de uma obra com viés comercial e sim, com a expectativa de que traga conhecimento desse assunto e de outros que atravancam as investigações brasileiras e, por consequência, aumentam a impunidade e a sensação de insegurança que todos vivemos.
SINDPOLF/SP: Conte-nos um pouco mais sobre o lançamento do livro. Como será?
SCANDIUZZI: Lanço dia 22/11 a partir das 19h30 no Auditório da Helbor Center (Avenida Conselheiro Nébias 754- Santos) e dia 28/11 no Congresso Nacional dos Policiais Federais em Curitiba/PR . Posteriormente o livro estará disponível nas livrarias.
SINDPOLF/SP: O que o inspirou a escrever sobre esse tema?
SCANDIUZZI: Passei seis anos na Polícia Civil São Paulo e outros 20 na Polícia Federal, viajei o Brasil inteiro, tive a honra de atuar como Professor na Academia Nacional de Polícia (ANP) de 2005 a 2014. Durante todo esse tempo acumulei experiências pessoais e ouvi experiências dos colegas. Viver, estudar o assunto e ouvir as pessoas deu base para escrever. Acho que as pessoas têm o direito de conhecer vários pontos de vista e assim tirarem suas conclusões. Tenho tentado contribuir nesse sentido, transmitir experiências.
SINDPOLF/SP: No Brasil não há ciclo completo de polícia. Você acredita que essa situação pode mudar? E de forma o ciclo completo poderia contribuir para o fim da violência?
SCANDIUZZI: Realmente não praticamos o Ciclo Completo de Polícia. Recentemente uma comissão da Câmara dos Deputados chefiada pelo deputado delegado Edson Moreira fez um tour por diversos países (Colômbia , Chile , Alemanha , Estados Unidos, Portugal , Áustria e outros) e constatou a importância do Ciclo Completo naqueles países.
Tecnicamente, no Ciclo Incompleto que temos no Brasil, a polícia que vai ao local do crime não pode investigar (PM) e a que investiga não vai ao local do crime (PCs e PF). Isso afasta os investigadores do principal local das provas para elucidações de crimes. Praticamos o contrário do que o mundo moderno pratica.
SINDPOLF/SP: No seu livro existe alguma referência ou discussão também sobre o inquérito policial?
SCANDIUZZI: Sim, abordo o Inquérito como meio de investigação, inclusive com dados estatísticos. Infelizmente o principal dado estatístico que deveria ser mostrado com relação ao inquérito nos é negado que é o da elucidação de crimes. Para isso serve o inquérito, desvendar autoria, materialidade e demonstrar a situação em que o crime ocorreu.
SINDPOLF/SP: Que mensagem você deixaria para o futuro leitor de seu livro?
SCANDIUZZI: Espero que a leitura seja acessível. Gostaria que cada um que tiver a oportunidade de ler a obra utilize o que está ali escrito como mola impulsionadora para que se aprofunde no assunto e discuta com seus pares e amigos. Somente o aumento da conscientização coletiva, o aumento e a difusão de conhecimentos e das formas de pensarmos as coisas poderão ser impulsionadoras de mudanças estruturais. Sinceramente, eu espero que os leitores sejam aguçados para se aprofundarem e entenderem os motivos pelos quais vivemos insegurança toda.
SERVIÇO:
LANÇAMENTO DO LIVRO: A Segurança Pública de Dentro pra Fora
DIAS: 22/11 a partir das 19h30 no Auditorio da Helbor Center (Avenida Conselheiro Nébias 754- Santos)
28/11 no Congresso Nacional dos Policiais Federais em Curitiba/PR -CONAPEF