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Uma obra de realismo fantástico que é também barroca,pois apresenta o contraponto entre alegria e dor, sombra e luz, tragédia e comédia". Assim o próprio autor e boa parte da crítica classificam o livro "Pipa voada sobre brancas dunas", do dramaturgo e escritor potiguar Júnior Dalberto.  

A história fala sobre o surreal agrupamento de humanos em suas lidas e labores com o vento de todas as mudanças, a que pode ser submetido. Sem queixas ou louvores, estas pessoas, que podem ser qualquer um de nós ou dos nossos (como adverte o autor), vivem e vivenciam ininterruptamente todos os dramas e comédias que se desdobram alucinadamente pelas mãos de um títere do tempo, implacável e alheio à condição humana. Repleto de cenários comuns e paradoxais as personagens se recriam ininterruptamente num suceder de fatos e fofocas, que lembram uma espécie de "1.001 Noites Árabes" — só que em vez de uma história dentro de uma história trata-se uma crônica dentro da outra.

Episódios hilários se multiplicam e desdobram em tragédias únicas e pessoais que, por sua vez, se abrem em outras sequencias igualmente hilárias e trágicas num ritmo incessante e quase alucinado. As aventuras de Brancas Dunas são cheias de referências interessantes a quase tudo o que é parte da formação da sociedade nordestina onde necessariamente, qualquer semelhança não passa de mero acaso (ou não).

Sobre o Escritor e dramaturgo Junior Dalberto

Foto: Divulgação “Entrei na Policia Federal através de concurso público em 1981 como Agente de Polícia Federal, como já havia estudado francês, espanhol, um pouco de inglês e italiano, fui trabalhar nos serviços de imigração e estrangeiros. Trabalhei em diversos lugares no Brasil: Brasília, Rio de Janeiro, Acre, Recife, Roraima, São Paulo e Natal.

Durante trinta anos viajei bastante trabalhando por todas as regiões do país e também no exterior. Lidei com um papa, reis, presidentes, índios, bandidos e cidadãos comuns. Conheci da selva amazônica e suas regiões ribeirinhas, aos pampas gaúchos, como também, grandes cidades, fronteiras inóspitas, caatingas, savanas etc. Aproveitei bastante essa experiência para aprender mais sobre culturas, emoções, comportamentos humanos, geografia, costumes, etc. Foi deveras enriquecedor para a minha literatura e dramaturgia escrever com conhecimento de causa, certamente isso me ajuda a dar mais veracidade ao meu trabalho. Tentei na medida do possível conciliar minha carreira artística com a corporação, mas a tempo, percebi que a função de policial demandava exclusividade, e a incompatibilidade das áreas não me possibilitaria atuar conjugadamente, pois ambas exigiam dedicação integral. Apesar de não ter sido uma escolha fácil, acabei optando sabiamente em manter-me no serviço público e continuar colecionando experiências, essas quais, posso garantir, contribuíram substancialmente em boa parte como matéria-prima das minhas obras.

A aposentadoria me serviu como um divisor de águas. Encerrar um ciclo significa iniciar outro, terminava o meu tempo de agente e me preparava para encarar minha mais nova empreitada. O desafio foi lançado quando realmente declarei para mim mesmo que eu deveria me dedicar às artes. Sempre soube o que eu deveria fazer quando me aposentasse, afinal, esperei e acumulei ideias por anos e a minha expectativa era a melhor possível.

“Pipa Voada Sobre Brancas Dunas” foi meu primeiro livro. Passei um ano escrevendo a história. Permiti-me mesclar magia às nossas tradições. Nele estão presentes nossos arquétipos e elementos da nossa natureza e cultura, como: dunas, mar, sol, ventos, e pescadores, religião, numa eterna narração de história. É uma obra repleta de características de vanguarda no gênero realismo fantástico”.