Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos. A cada 40 segundos uma se suicida e a cada três há uma tentativa no planeta. O Brasil é o oitavo no ranking mundial e líder entre os países latino americanos com 11 mil mortes por ano.
De acordo com o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde há alguns dias, essa é a terceira maior causa de morte entre homens de 15 a 29 anos e a oitava entre as mulheres na mesma faixa etária.
Entre 2011 e 2016, o número de tentativas de suicídio foi maior entre elas: 69% contra 31 % dos homens. As integrantes do sexo feminino também são mais reincidentes, porém os homens morrem mais: são 79% desse grupo e elas 21 %.
Mais: entre 1999 e 2016, 42 policiais federais tiraram a própria vida sendo que, 19 apenas nos últimos cinco anos desse levantamento. “Suicídio é problema de saúde pública, tem grande complexidade”, comentou a psiquiatra Alexandrina Meleiro, que ministrou palestra no SINDPOLF/SP na sexta (29/09) para uma platéia que incluiu sindicalizados, diretores e psicólogos.
Durante quase duas horas a médica discorreu sobre os vários aspectos do tema. Entre eles: 56% das pessoas morrem na 1ª tentativa de suicídio, 40% dos que tentaram tornam a repetir ao longo da vida, 25% faz nova tentativa no ano seguinte e 12% acabam se suicidando em 10 anos.
De acordo com a médica, que também é autora do livro Suicídio Estudos Fundamentais, pode fazer toda diferença a forma de abordagem a alguém que esteja com ideia de suicídio. “A pergunta ´você tem tido pensamentos ruins?´ costuma dar uma abertura enorme para se discutir mais abertamente a questão e saber se a pessoa está pensando ou já planejou, se tem os meios em casa ou acesso a eles”, explicou a psiquiatra, que ao final do evento foi agraciada com um certificado de atuação no Encontro de Prevenção ao Suicídio.
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