A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, nesta quarta-feira (18), para tratar do alto índice de suicídios entre os policiais federais. Segundo dados da entidade, nos últimos dez anos ocorreram 33 casos.
O presidente da entidade, Luís Boudens, e o vice, Luiz Carlos Cavalcante, apresentaram os dados para o ministro e pediram que a Polícia Federal tenha programas de prevenção e acompanhamento para os policiais que apresentem sinais de adoecimento. “Dentre as medidas que julgamos indispensáveis está a atualização e reedição da portaria n. 2 de 2010, que estabelece as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública. As medidas previstas na norma nunca foram cumpridas de maneira constante e efetiva”, afirma Boudens.
Em agosto, o Grupo de Estudo de Pesquisa em Suicídio e Prevenção (Gepesp), ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), divulgou pesquisa apontando que o número de suicídios entre os agentes de segurança pública mais que dobrou nos últimos dois anos.
Diante dos dados, o ministro concordou que as medidas adotadas pela PF são insuficientes e solicitou que a Diretoria de Gestão de Pessoal busque alternativas. Segundo Boudens, hoje a PF apenas retira a arma do profissional depois que ele informa que está doente. “O policial procura por conta própria ajuda profissional e quando entra com o atestado médico a única medida que a PF toma é retirar a arma dele, o que, sem dúvida, agrava o quadro psicológico do profissional”, lamenta.
Dois casos de suicídios foram registrados na Polícia Federal somente neste mês de setembro, mês dedicado à sua prevenção.
Fonte: Fenapef