Estrutura arcaica das instituições policiais, assédio moral, falta de planos de carreira que priorizem a meritocracia, o baixo número de profissionais que sobrecarregam diversos setores e falta de investimentos em saúde mental dos policiais brasileiros continuam sendo motivos de preocupações e merecem atenção de todas as esferas governamentais.
Caso recente ocorrido em Salto, Interior do Estado, acende mais um alerta sobre esse tema e suas tristes consequências. Um policial militar entrou no quartel da cidade, trancou a unidade, matou dois colegas e foi contido em seguida. Em Camocim, cidade do Norte do Ceará, um policial civil tirou a vida de quatro companheiros de trabalho.
Entre 2020 e 2021, o suicídio de policiais no país cresceu 55%, passando de 65 mortes para 101, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022. Em 2023, até o mês de março, 04 casos de suicídios já aconteceram na Polícia Federal.
O SINPF/SP considera urgente a necessidade de reformulação nas condições de trabalho das polícias, desde a mudança dos ambientes até a melhoria da assistência psicológica visando prevenção e tratamento dos casos. É importante repensarmos na modernização das instituições com foco na qualidade de vida de nossos profissionais.
O SINPF/SP lembra que o Ministério Público Federal emitiu recomendação à Direção-Geral da PF sobre a adoção de uma série de medidas relacionadas às doenças mentais, como a ampliação de convênios para oferta de serviços de atendimento psicológico aos servidores federais, extensivo aos seus familiares, e a inserção de consulta médica psicológica obrigatória por semestre. A mobilização do MPF ocorreu com apoio da Fenapef e de seus 27 sindicatos estaduais por meio de um ofício, cujas razões foram mencionadas pelo procurador em seu texto.
Lamentamos profundamente os casos ocorridos em Salto e Camocim e somos solidários com os familiares dos policiais que perderam suas vidas. Neste momento tão triste, nossa entidade sindical reafirma seu propósito pela melhoria nas condições de trabalho de nossa categoria. Queremos que episódios como estes não se repitam mais.
SINPF/SP se solidariza com familiares de policiais e cobra ações de prevenção
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