A Polícia Federal abriu inquérito para investigar se uma organização criminosa estaria atrapalhando as investigações sobre a execução da vereadora Marielle Franco, do PSOL carioca, e do motorista dela, Anderson Gomes. O crime ocorreu há sete meses e meio, e é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil.
De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, agentes públicos ligados à investigação do crime estão entre os alvos desse novo inquérito da Polícia Federal.
A suposta organização criminosa que estaria atrapalhando a investigação sobre a morte de Marielle e Anderson foi descoberta depois que duas testemunhas prestaram depoimentos a membros do Ministério Público Federal.
Até agora, os testemunhos são as principais provas colhidas. Após as delações, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a instauração do inquérito pela Polícia Federal e a inclusão das duas testemunhas em programas de proteção.
Raul Jungmann citou os crimes que a PGR atribuiu à organização criminosa que será alvo da investigação.
O inquérito é sigiloso, não tem prazo para ser concluído e as identidades das testemunhas não foram reveladas. Raul Jungmann também preferiu não detalhar o modus operandi da suposta organização criminosa.
O ministro disse, ainda, que as provas sobre a execução de Marielle e Anderson estão em poder do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil do Rio, e não correm risco de serem destruídas.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram executados na noite de 14 de março deste ano, em uma emboscada na região central do Rio de Janeiro. A vereadora tinha 38 anos e o motorista, 39.