O diretor de Comunicação do Sindicato dos Policiais no Estado de Minas Gerais (SINPEF/MG), Josias Fernandes, foi homenageado e agraciado com a medalha do Sindicato dos Policiais Federais, no último dia 23, no encerramento do III Seminário Segurança Pública, Justiça e Cidadania, realizado na Universidade FUMEC, em Belo Horizonte.

 A maior honraria da entidade foi entregue ao homenageado da noite pelo vice-presidente do SINPEF/MG, Christian Guimarães, que parabenizou o sindicalista por sua atuação de quase 22 anos na carreira policial, 20 deles dedicados também à atividade sindical.

 

 Já foram agraciadas com a Medalha do Sindicato dos Policiais Federais em Minas personalidades que contribuíram com a história do SINPEF/MG e que se destacaram nos cenários político, econômico, sindical e social nos últimos anos.

 

 

Em entrevista para o site do sindicato, Josias Fernandes destacou a alegria e emoção por ter sido agraciado e reconhecido pela sua atuação em prol dos interesses da categoria. Acompanhe a entrevista:

Como foi ter sido agraciado com a maior honraria do SINPEF/MG?

Foi com muita gratidão, alegria e emoção que recebi a Medalha do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Minas Gerais. Compartilho esta homenagem tão importante e generosa com todos os policiais federais que têm colaborado para a organização e o fortalecimento da categoria. Ela me fez lembrar de uma passagem do livro "Adeus às armas" (do norte-americano Ernest Hemingway), quando um personagem questiona o combatente sobre quem estaria ao lado dele nas trincheiras. Perguntado se aquilo seria importante, ele respondeu que mais do que a própria guerra. Saber que não se está sozinho é estimulante e animador. Ser representante sindical atuante na PF é como estar na linha de frente de uma batalha, onde as linhas inimigas são posturas que contrariam o interesse público, são relações e práticas funcionais em desacordo com a lei. Vale lembrar que a PF foi criada em plena ditadura militar, com o objetivo de reprimir a atuação de intelectuais, artistas, lideranças políticas, estudantis, religiosas, de organizações sociais e, inclusive, de sindicalistas.

 Qual o significado dessa homenagem?

Para mim, a homenagem tem um significado muito especial, que é o reconhecimento por parte do sindicato e da categoria dos policiais federais, da nossa atuação em prol da defesa dos interesses e direitos dos policiais federais. Ainda que nossa contribuição tenha sido modesta, ela se soma ao trabalho coletivo de outros colegas representantes sindicais, em Minas Gerais e nos demais estados, que têm dedicado boa parte de seu tempo, com determinação, coragem e também desgastes na vida pessoal e familiar, em prol de melhorias das condições de trabalho e da valorização profissional.

Quando você iniciou sua história no meio sindical?

Minha história na atividade sindical começou em 1998, dois anos após ter tomado posse no cargo de agente da PF, como representante do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Paraná, em Guaíra/PR, onde fui lotado por cinco anos. Lembro-me que um dos primeiros embates que tivemos com a Administração do órgão foi após a morte do agente Cleber Souza Moura, em 12/6/1998, assassinado em plena luz do dia, no final de um plantão, no Porto Sete Quedas, às margens do Rio Paraná, na fronteira com o Paraguai. Àquela época, denunciamos a situação absurda que era um policial ser escalado para trabalhar sozinho, num local de intensa movimentação de pessoas, para vistoriar veículos, abordar suspeitos e, com frequência, fazer prisões em flagrante por tráfico de drogas, contrabando e roubo de veículos.

 Já em Varginha, a partir de 2002, comecei a colaborar com a representação local do Sindicato dos Policiais Federais em Minas Gerais, do qual também passei a integrar a Diretoria, de 2007 até hoje, atualmente como Diretor de Comunicação. De 2007 a 2012, por dois mandatos, fui eleito pela categoria para o cargo de Diretor de Comunicação da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef),  durante os dois mandatos do presidente Marcos Wink. De 2013 até hoje, sou membro do Conselho Jurídico da Fenapef, que é escolhido pelos presidentes dos 27 sindicatos que compõem a entidade. Neste período, participei ativamente e ajudei a organizar duas greves (2004 e 2012), paralisações, plebiscitos e manifestações públicas. Através de diversos artigos e reportagens, ajudamos a expor e denunciar os problemas de gestão e atos ilegais, que infelizmente persistem na PF.

 Em virtude desta atuação, a partir de 2010, fui alvo de dois inquéritos policiais e 12 processos administrativos disciplinares. Oito deles foram instaurados após a greve de 2012, depois que encaminhei duas representações à Corregedoria e ao MPF, com pedido de apuração de possíveis irregularidades que envolviam servidores da unidade onde estava lotado, inclusive o chefe. Desde a fundação dos primeiros sindicatos na PF, o preço é alto para quem ousa denunciar as ilegalidades ocorridas no órgão. No meu caso, não foi diferente. Sofri retaliações e punições descabidas, que estão sendo contestadas na Justiça. Apesar disso, tenho orgulho de fazer parte desta história de lutas, conquistas e muitos desafios.

Fonte: Comunicação SINPEF/MG

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