O programa Em Discussão Segurança, da TV Alesp reprisou na madrugada desta quarta-feira (20/02), à 1h30, a entrevista feita com Alexandre Santana Sally (Presidente do SINDPOLF/SP) e Fernando Capano (sócio da Capano, Passafaro Advogados Associados, escritório responsável pelo departamento jurídico do Sindicato). O programa já havia sido reprisado na sexta-feira (17/02) e no sábado (18/02).
O programa comandado pela jornalista Carla Francisco foi gravado no final do ano passado e nele foram abordados os 42 casos de suicídios de Policiais Federais ocorridos entre 1999 e 2015. Alexandre Sally foi questionado sobre o assunto, que teve ampla abordagem durante o programa. Ele citou casos de perseguição e assédio moral que podem piorar a situação de quem esteja passando por um processo de depressão, como a utilização do processo disciplinar.
“O processo disciplinar dentro da Polícia Federal é utilizado como instrumento de perseguição e assédio porque a maioria de comissões de disciplinas é constituída por delegados. E esses delegados se utilizam de sua função para infligir o medo e tentar através do medo fazer com que os policiais exerçam a vontade deles. Isso mudou depois da greve. De três, quatro anos para cá nós conseguimos ter um pouco mais de paz”, comentou Sally.
O advogado Fernando Capano também comentou sobre como o assédio moral e a pressão no trabalho refletem de forma negativa na vida do Policial Federal como um todo. “Quem conhece o interna corporis sabe que a gente precisa melhorar por demais. Em especial no que diz respeito ao ambiente de trabalho, que está ocasionando toda essa onda de suicídios e, não só dessa atitude mais radical, mas uma onda que temos assistido no sindicato, há bastante tempo, de famílias quebradas, separações, divórcios, brigas que acabam resvalando na família, fruto de tudo isso que o policial passa no dia a dia.”
Sally (que ano passado foi eleito Secretário de Relações Internacionais da OIP - Organização Internacional das Entidades Policiais de Língua Portuguesa -, que é vinculada à CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e Capano também falaram das denúncias sobre o tratamento dado pelo governo brasileiro aos policiais que ambos levaram para a sede da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suiça, em julho de 2017.