No início da raça humana, portanto o homem já se comunicava assim como qualquer outra espécie de manada, era um idioma de expressões e situações, como o idioma dos animais. Até hoje, um grito ou gemido de dor (sentimento básico instintivo) pode ser entendido em qualquer idioma, e não há nem a necessidade de se assistir ao fato, é uma “sobra” dos idiomas do homem primitivo que é usual a qualquer animal que tenha voz- todos gritam ou grunhem por dor.
Nos idiomas muito antigos como os praticados por tribos africanas, indígenas e no oriente, a dialética e muito difícil de ser entendida, e o mesmo “som” entoado de maneira diferente tem significado diverso.
À medida que os idiomas evoluíram, ganharam um sistema de registro: a escrita. Os filólogos inclusive usam o critério que, para se reconhecer um idioma, este deve ter um vocabulário grafável. Os idiomas ocidentais utilizam os alfabetos grego-latinos, ou o cirílico, que contém sinais (letras), que significam sons, quando colocadas juntas formam as palavras. Idiomas antigos, porém, utilizam o critério do desenho, que dá uma ideia do assunto abordado (ideogramas)= ideias através das linhas.
Um dos maiores movimentos da raça humana foi o da espécie hindu-chinesa. As hordas atravessaram do continente europeu/oriental para o continente americano pelo Estreito de Bering e foram descendo o continente chegando até a Patagônia, tendo características físicas muito semelhantes em povos desde o Alasca até a Terra do Fogo.
Na África e no continente europeu, também se espalharam os humanos, embora com etnia diferente. A cada região de todas estas partes da terra se desenvolveu a capacidade de comunicação entre os pares. Estão aí as raízes dos idiomas, com o tempo, algumas desapareceram , modificaram-se ou fundiram-se com outro(s) próximos geograficamente. Até hoje ainda são falados “dialetos regionais”, e mesmo aqui no Brasil temos uma variação na dialética e dos vocábulos, dependendo da região do país.
O primeiro documental que aponta para o português data de 27 de junho de 1214 (testamento de Afonso II). Antes disso temos um idioma entre o espanhol e o português, o ladino, que segundo consta, era ainda falado na época do descobrimento.
O latim, de onde o português se originou tomou características diferentes e passou a evoluir de forma distinta daquele falado em Roma. Assim formaram-se línguas diferentes: italiano, espanhol, francês, catalão e o galaico-português, que depois originou o galego e o português. Acredita-se, em particular, que os suevos (bárbaros germânicos) sejam responsáveis pela diferenciação linguística do português e galego, quando comparados com o casteliano. As línguas germânicas influenciaram particularmente o português em palavras ligadas à vida militar, tal como a palavra “guerra” (obs. A pronúncia do RR duplo, característica de idiomas saxões).
Os povos bárbaros de origem germânica invadiram o império romando entre 409 a 711, emigrando e ocupando o império Romano do Ocidente, causando sua queda em 476 d.C.
Os idiomas germanos saxões foram a origem do inglês, alemão, holandês, por exemplo. Atravessaram o canal da Mancha e chegaram a Grã-Bretanha e Irlanda. Séculos depois, com a formação e expansão do império inglês, o idioma espalhou-se pela África, oriente e foi a língua da conquista e colonização da Austrália e nas colonizações americanas Caribe, EUA e Canadá – até aqui na fronteira com o Brasil temos um país de língua inglesa, a República da Guiana, ex Guiana Inglesa.
Com a vitória dos “aliados” na II Guerra Mundial, o inglês passou a ser a língua do comércio mundial e consolidou a importância, sendo o idioma da gênese da informática. O inglês está em franco crescimento, e de uma língua com cerca de duas mil palavras na época medieval, chega atualmente perto de 150 mil . A cada dia incorpora novas palavras quase sempre de origem latina – para nossa sorte pois, dia a dia fica mais parecido com o português.
Prof. Valter Campelo é PHD em música.